Sensual
Uma fome de mil bocas
permeia o verso
cora o poema
Valentina Diadory
28/02/2011
21:20 h
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Contra o tempo
Contra o tempo
Inquieta corro os olhos
pelas paredes
Afobada gasto passos
derramo a água do pote
tropeço
levanto...
Colho flores
guardo no embornal
amarro
Colo cacos
faço um mosaico
Cato os espinhos
jogo fora...
Sobrevivo
sempre de olho
no relógio
roendo a casca
grossa do tempo
...Tenho vontade
de avançar as horas
Pressa de saber
como será o amanhã
Pressa de viver
pressa de ser mais feliz...
E o amanhã demora...
Parece que nunca vai chegar...
Valentina Diadory
27/02/2011
13:50 h
Inquieta corro os olhos
pelas paredes
Afobada gasto passos
derramo a água do pote
tropeço
levanto...
Colho flores
guardo no embornal
amarro
Colo cacos
faço um mosaico
Cato os espinhos
jogo fora...
Sobrevivo
sempre de olho
no relógio
roendo a casca
grossa do tempo
...Tenho vontade
de avançar as horas
Pressa de saber
como será o amanhã
Pressa de viver
pressa de ser mais feliz...
E o amanhã demora...
Parece que nunca vai chegar...
Valentina Diadory
27/02/2011
13:50 h
Insaciável
Insaciável
Dedos andejos
nas sombras
da noite pouca
sobe e desce degraus
Dedilha versos
saliva
fia a fome
tece
debrua sóis
ateia fogo
gozo
Valentina Diadory
26/02/2011
10:10 h
Dedos andejos
nas sombras
da noite pouca
sobe e desce degraus
Dedilha versos
saliva
fia a fome
tece
debrua sóis
ateia fogo
gozo
Valentina Diadory
26/02/2011
10:10 h
Tanto
Tanto
...Na esquina dos olhos
tanto cisco
Tanto mar
rouco de pranto
Valentina Diadory
25/02/2011
18:20 h
...Na esquina dos olhos
tanto cisco
Tanto mar
rouco de pranto
Valentina Diadory
25/02/2011
18:20 h
Eterno amor
Eterno amor
Tu me dizes
Na sua vida serei
eterno como o mar
o sol o luar as estrelas o céu...
O mundo todo lá fora
Serei seu eterno amor
...
Miro seus olhos e digo
Na sua vida serei
os minutos poucos
e as horas fartas
Do anoitecer ao romper do dia
serei poesia
Rafael Augusto – Valentina Diadory
25/02/2011
14:30 h
Solfejos
Solfejos
Lume arde
Queima a seda
a pele
...E o tato
onde se cala
ofega solfejos
Valentina Diadory
20/02/2011
09:10 h
Lume arde
Queima a seda
a pele
...E o tato
onde se cala
ofega solfejos
Valentina Diadory
20/02/2011
09:10 h
Jejum
Jejum
Ainda levo um dia
nessa sequidão
Jejuando no silêncio
escutando meu avesso
urdindo o tecido
espesso das palavras
Valentina Diadory
19/02/2011
15:35 h
Ainda levo um dia
nessa sequidão
Jejuando no silêncio
escutando meu avesso
urdindo o tecido
espesso das palavras
Valentina Diadory
19/02/2011
15:35 h
Uma história de poesia
Uma história de poesia
O menino me contou
que quando anoitece
o vento sopra devagar
empurra as nuvens
alvas do céu
e a réstia loura de sol
que estava escondida
se espicha e de longe
aparece um pouquinho
As ondas crespas do mar
se acalmam e levam
o barco para a praia
Lambem a areia e o pescador
vai para casa descansar
Até parece ser de dia
...O sono chega
o menino boceja
esfrega os olhinhos miúdos
e se debruça
dentro da poesia...
Valentina Diadory
18/02/2011
19:20 h
Fazer amor
Fazer amor
Explodir fragrâncias
Na porosidade da pele
exalar aromas...
O amor verdadeiro
impregnando o ar
com a seiva extraída
da essência da alma
Rafael Augusto – Valentina Diadory
18/02/2011
20:15
Explodir fragrâncias
Na porosidade da pele
exalar aromas...
O amor verdadeiro
impregnando o ar
com a seiva extraída
da essência da alma
Rafael Augusto – Valentina Diadory
18/02/2011
20:15
Pelo avesso
Pelo avesso
Esperou tanto
Lá pelas tantas
já pelo avesso
teve um dedo de prosa
com o silêncio
Mirou-se no espelho
do pó de arroz
Engoliu os soluços
passou batom
ajeitou os cabelos
bateu a poeira
do vestido
sacudiu o olhar
e saiu pisando
nas pedras soltas
que ainda ruíam
por dentro
Valentina Diadory
17/02/2011
Esperou tanto
Lá pelas tantas
já pelo avesso
teve um dedo de prosa
com o silêncio
Mirou-se no espelho
do pó de arroz
Engoliu os soluços
passou batom
ajeitou os cabelos
bateu a poeira
do vestido
sacudiu o olhar
e saiu pisando
nas pedras soltas
que ainda ruíam
por dentro
Valentina Diadory
17/02/2011
21:25 h
Careço
Careço
Descalça
desço as escadas
de mim...
Tudo tão escuro
Às cegas tateio o chão
forrado de páginas
amassadas
Careço do verbo
Careço de palavras pingando
na ponta do lápis
para bordar na alvura
do linho fiado
Valentina Diadory
16/02/2011
21:40 h
Descalça
desço as escadas
de mim...
Tudo tão escuro
Às cegas tateio o chão
forrado de páginas
amassadas
Careço do verbo
Careço de palavras pingando
na ponta do lápis
para bordar na alvura
do linho fiado
Valentina Diadory
16/02/2011
21:40 h
Sombra
Sombra
Abro a porta do dia
Rego o vaso
de amor-perfeito
sobre a mesa
Sento-me na cadeira
cansada do alpendre
e leio-te
Escuta minhas mãos
fitando as páginas
e folheando o avesso
das linhas
Sou sol
Sombra do seu tempo
Do instante derradeiro
ao minuto seguinte
sei teus passos de cor
Valentina Diadory
15/02/2011
21:52
Abro a porta do dia
Rego o vaso
de amor-perfeito
sobre a mesa
Sento-me na cadeira
cansada do alpendre
e leio-te
Escuta minhas mãos
fitando as páginas
e folheando o avesso
das linhas
Sou sol
Sombra do seu tempo
Do instante derradeiro
ao minuto seguinte
sei teus passos de cor
Valentina Diadory
15/02/2011
21:52
Seiva
Seiva
A cama arde
Descoso-me dos pudores
Recebo-te
Tu te hospedas em mim
...Céu
Sol
Sal
Mar
...A seiva se derrama
irriga
...Cirzo teu corpo no meu
Extasio-me
Valentina Diadory
14/02/2011
23:00
A cama arde
Descoso-me dos pudores
Recebo-te
Tu te hospedas em mim
...Céu
Sol
Sal
Mar
...A seiva se derrama
irriga
...Cirzo teu corpo no meu
Extasio-me
Valentina Diadory
14/02/2011
23:00
Quem sou?
Quem sou?
Sou o silêncio do lume
se espraiando
na ausência da linguagem
O toque das acácias
perfumando a vadiagem
dos dias
O sono
A noite de sonho turvado
e o sal do mar
que unta o corpo
Os anos que passam
e a criança que pede colo
A voz
O grito das palavras
que dobra e rasga
a mudez da sua interrogativa
Valentina Diadory
14/02/2011
22:50 h
Sou o silêncio do lume
se espraiando
na ausência da linguagem
O toque das acácias
perfumando a vadiagem
dos dias
O sono
A noite de sonho turvado
e o sal do mar
que unta o corpo
Os anos que passam
e a criança que pede colo
A voz
O grito das palavras
que dobra e rasga
a mudez da sua interrogativa
Valentina Diadory
14/02/2011
22:50 h
Riscos
Riscos
Na parede caiada
o pêndulo renitente
tomba os minutos
e passa as horas
De soslaio
a palavra míngua
na porosidade das mãos
Da lonjura
o verso carece
das linhas deitadas
que risca
o olhar do poeta
Valentina Diadory
13/02/2011
21:10 h
Na parede caiada
o pêndulo renitente
tomba os minutos
e passa as horas
De soslaio
a palavra míngua
na porosidade das mãos
Da lonjura
o verso carece
das linhas deitadas
que risca
o olhar do poeta
Valentina Diadory
13/02/2011
21:10 h
Verão
Verão
Apalpo o crepitar
das folhas
secas de outono
e côo réstias de sol
na palheta
Colo na fundura do céu
Dura a vida toda
como se fosse
um dia de verão
Valentina Diadory
14/04/10
16:32 h
Apalpo o crepitar
das folhas
secas de outono
e côo réstias de sol
na palheta
Colo na fundura do céu
Dura a vida toda
como se fosse
um dia de verão
Valentina Diadory
14/04/10
16:32 h
(A)mar
(A)mar
Ouço a essência
do mar
a marulhar
poemas na areia
...Um respiro
das palavras
arqueja no corpo
... (A)mar
Valentina Diadory
12/02/2011
21:20 h
Ouço a essência
do mar
a marulhar
poemas na areia
...Um respiro
das palavras
arqueja no corpo
... (A)mar
Valentina Diadory
12/02/2011
21:20 h
Girassóis do poeta
Girassóis do poeta
Há um fio
rouco de voz
no pranto que corre
pela sua face
Suas mãos tecem
as palavras
e um campo
de sóis
brilha diáfano
em seu olhar
Valentina Diadory
12/02/2011
20:20 h
Há um fio
rouco de voz
no pranto que corre
pela sua face
Suas mãos tecem
as palavras
e um campo
de sóis
brilha diáfano
em seu olhar
Valentina Diadory
12/02/2011
20:20 h
Tempo
Tempo
Toco o fio das palavras
Conto os dias nos dedos
Teço em versos
os minutos e as horas
...Arremato nosso amor
no poema
Guardo dentro da alma
e aperto os olhos
para que nada de nós
se extravie
Valentina Diadory
11/02/2011
21:25 h
Toco o fio das palavras
Conto os dias nos dedos
Teço em versos
os minutos e as horas
...Arremato nosso amor
no poema
Guardo dentro da alma
e aperto os olhos
para que nada de nós
se extravie
Valentina Diadory
11/02/2011
21:25 h
Tu
Tu
Você me chegou
luar
numa noite escura
Sol quente
num dia de inverno
Abraço que abriga
da chuva
...E as palavras
não sossegam mais
Nuas em pêlo
correm a pé
Feito borboletas
voam pelo céu
da minha boca
Na ponta da língua
ardem
Rasgam minha alma
e tingem minhas mãos
com poesia
...Tu és
a cantiga de amor
que meu coração canta
todo dia
Valentina Diadory
09/02/2011
22:15 h
Você me chegou
luar
numa noite escura
Sol quente
num dia de inverno
Abraço que abriga
da chuva
...E as palavras
não sossegam mais
Nuas em pêlo
correm a pé
Feito borboletas
voam pelo céu
da minha boca
Na ponta da língua
ardem
Rasgam minha alma
e tingem minhas mãos
com poesia
...Tu és
a cantiga de amor
que meu coração canta
todo dia
Valentina Diadory
09/02/2011
22:15 h
Beijo
Beijo
Tua boca
serve-se do pólen
Desmancha o fio
do batom
Amarrota a rosa
borra pétalas
Orvalha meus lábios
draga minha saliva
Afunda no rio
Cio
Valentina Diadory
10/02/2011
Tua boca
serve-se do pólen
Desmancha o fio
do batom
Amarrota a rosa
borra pétalas
Orvalha meus lábios
draga minha saliva
Afunda no rio
Cio
Valentina Diadory
10/02/2011
22:30 h
Mouca
Mouca
Amanheci
com as mãos caladas
a boca seca
um nó na garganta
e os lábios insossos
Não ouço o farfalhar
dos passos largos
das palavras
beliscando o meu silêncio
Acordei
sem a poesia do dia
Acordei sem você
Valentina Diadory
26/06/10
6:38 h
Amanheci
com as mãos caladas
a boca seca
um nó na garganta
e os lábios insossos
Não ouço o farfalhar
dos passos largos
das palavras
beliscando o meu silêncio
Acordei
sem a poesia do dia
Acordei sem você
Valentina Diadory
26/06/10
6:38 h
Transbordando
Trans(bordando)
Abro a janela
e ouço o sol
da tarde
se apartar
A chuva miúda
de longe
logo vai chegar
Logo ali
na casa do poeta
o silêncio beberica
no cântaro
cheio de palavras
E o cantar da poesia
trans(borda) versos
na macieza do papel
Valentina Diadory
25/03/10
7:15 h
Abro a janela
e ouço o sol
da tarde
se apartar
A chuva miúda
de longe
logo vai chegar
Logo ali
na casa do poeta
o silêncio beberica
no cântaro
cheio de palavras
E o cantar da poesia
trans(borda) versos
na macieza do papel
Valentina Diadory
25/03/10
7:15 h
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Frágil
Frágil
Por tanto amar
me gastei toda
Bebi tantos goles
de saudade
que desbotei a estação
que me nascia
por dentro
Chorei um oceano
inteiro de poesia
Hoje estou
coração por um fio
Estou frágil
Gasta
Desbotada
Não me acho mais
no cristal do espelho
Valentina Diadory
05/02/10
18:58 h
Por tanto amar
me gastei toda
Bebi tantos goles
de saudade
que desbotei a estação
que me nascia
por dentro
Chorei um oceano
inteiro de poesia
Hoje estou
coração por um fio
Estou frágil
Gasta
Desbotada
Não me acho mais
no cristal do espelho
Valentina Diadory
05/02/10
18:58 h
Sopro
Sopro
Tu me roubas
as tonalidades do tempo
Como o vento norte
sopra palavras no silêncio
e viaja por dentro
dos meus sonhos
Me despe
se espraia no meu corpo
faz-me tua musa
me brota versos
Valentina Diadory
05/02/2011
9:50 h
Tu me roubas
as tonalidades do tempo
Como o vento norte
sopra palavras no silêncio
e viaja por dentro
dos meus sonhos
Me despe
se espraia no meu corpo
faz-me tua musa
me brota versos
Valentina Diadory
05/02/2011
9:50 h
Crepuscular
Crepuscular
...Olhar guarda
numa concha
um punhado
de sobras do dia
Um espirro branco das ondas
Um naco azul do céu
Um raio dourado do sol
A cantoria das gaivotas...
Tudo alinhavado
a um retalho do mar
Valentina Diadory
05/02/2011
17:45 h
...Olhar guarda
numa concha
um punhado
de sobras do dia
Um espirro branco das ondas
Um naco azul do céu
Um raio dourado do sol
A cantoria das gaivotas...
Tudo alinhavado
a um retalho do mar
Valentina Diadory
05/02/2011
17:45 h
Floração
Floração
Fogachos num novelo
enrolado de carícias
Lenha seca
Fagulha acesa
No mosto da boca
a língua em chamas
rompe o dique
das horas a fio
de fome e de sede
Sol embebe
o sal táctil
Sem sono
pulsa
Dedilha o fogo
Em brasa
rasga as fímbrias
geladas da água
Arde
E as mãos
tocam a floração
rasa do corpo
Lá no fundo
um lato céu
Um poema
Um vulcão
Valentina Diadory
03/02/2011
22:30 h
Fogachos num novelo
enrolado de carícias
Lenha seca
Fagulha acesa
No mosto da boca
a língua em chamas
rompe o dique
das horas a fio
de fome e de sede
Sol embebe
o sal táctil
Sem sono
pulsa
Dedilha o fogo
Em brasa
rasga as fímbrias
geladas da água
Arde
E as mãos
tocam a floração
rasa do corpo
Lá no fundo
um lato céu
Um poema
Um vulcão
Valentina Diadory
03/02/2011
22:30 h
Amanhã
Amanhã
De mãos vazias
atravessei o labirinto
silencioso do ontem
E hoje
o Mal-me-quer
Bem-me-quer
diluiu-se vagarosamente
em meus dedos
Impaciente espero
o tempo passar
ás margens pálidas
do amanhã
Recolho-me
...Não vou mais esperar
você pintar um pôr de sol
dentro do meu olhar...
Valentina Diadory
21/01/10
18:15 h
De mãos vazias
atravessei o labirinto
silencioso do ontem
E hoje
o Mal-me-quer
Bem-me-quer
diluiu-se vagarosamente
em meus dedos
Impaciente espero
o tempo passar
ás margens pálidas
do amanhã
Recolho-me
...Não vou mais esperar
você pintar um pôr de sol
dentro do meu olhar...
Valentina Diadory
21/01/10
18:15 h
Cerejas
Cerejas
Uma taça cheia...
Amálgama suculenta
vermelha e nua
Banhadas em marasquino
o aroma frutado
enche os olhos
matura a sede
À meia luz
Cerejas moldam
a janela do decote
o calor da pele
e cobrem o caminho
aberto para os seios
Desenham a boca
e a polpa macia
bole com a libido...
Nos entremeios
beijos sôfregos
um frêmito
e o calafrio na espinha
espargi o gozo...
Valentina Diadory
01/02/2011
22:45 h
Uma taça cheia...
Amálgama suculenta
vermelha e nua
Banhadas em marasquino
o aroma frutado
enche os olhos
matura a sede
À meia luz
Cerejas moldam
a janela do decote
o calor da pele
e cobrem o caminho
aberto para os seios
Desenham a boca
e a polpa macia
bole com a libido...
Nos entremeios
beijos sôfregos
um frêmito
e o calafrio na espinha
espargi o gozo...
Valentina Diadory
01/02/2011
22:45 h
Míope
Míope
As pálpebras
pesam enviesadas
E há um talho míope
sobre o mar aberto
do olhar
Verte uma dor
que escreve um vinco
na face veludosa
sem machucar
Cerra os olhos
apalpa o poema
tenta secar
as palavras esconsas
deitadas sobre o rasgo
inerte de solidão
aberto numa página
escondida da alma
Valentina Diadory
31/01/2011
21:30 h
As pálpebras
pesam enviesadas
E há um talho míope
sobre o mar aberto
do olhar
Verte uma dor
que escreve um vinco
na face veludosa
sem machucar
Cerra os olhos
apalpa o poema
tenta secar
as palavras esconsas
deitadas sobre o rasgo
inerte de solidão
aberto numa página
escondida da alma
Valentina Diadory
31/01/2011
21:30 h
Fecundação
Fecundação
Poeta atravessa
o silêncio largo do crepúsculo
e morosamente trabalha
a essência da alma
Planta o feto
Embebe-se no húmus farto
da criação
Rega ...
E a seiva espessa
alimenta a raiz do verbo
Em tempo fecundo
amadurece o verso
corta o cordão umbilical
Nas linhas férteis do canteiro
um grito feliz de liberdade
ecoa e pari a poesia
Rafael Augusto – Valentina Diadory
28/01/2011
15:30 h
Poeta atravessa
o silêncio largo do crepúsculo
e morosamente trabalha
a essência da alma
Planta o feto
Embebe-se no húmus farto
da criação
Rega ...
E a seiva espessa
alimenta a raiz do verbo
Em tempo fecundo
amadurece o verso
corta o cordão umbilical
Nas linhas férteis do canteiro
um grito feliz de liberdade
ecoa e pari a poesia
Rafael Augusto – Valentina Diadory
28/01/2011
15:30 h
Tecelã
Tecelã
De véspera
desfaço as dobras
e os fios emaranhadas
nas linhas do destino
Não durmo a vida
Nos rodapés das noites
desato os nós
cozo os nacos gastos
tricoto o cansaço
Pela manhã
colho na face uma réstia de sol
Apanho um verso
no vaso raso de amor-perfeito
e vivo mais um dia
Valentina Diadory
26/05/10
7:18 h
De véspera
desfaço as dobras
e os fios emaranhadas
nas linhas do destino
Não durmo a vida
Nos rodapés das noites
desato os nós
cozo os nacos gastos
tricoto o cansaço
Pela manhã
colho na face uma réstia de sol
Apanho um verso
no vaso raso de amor-perfeito
e vivo mais um dia
Valentina Diadory
26/05/10
7:18 h
Prefácio
Prefácio
Um nome
Um eco
Um borrão
deixado no deserto
Quiça uma página virada
na fimbria do vento
Um rio miúdo e sem vírgulas
Um verso
Uma exclamação
do outro lado do sol
Quiça uma estrela
um luar pendurado
nas reticências do céu
Uma interrogação
numa linha inventada
Um ponto final
ancorado no mar
Quiça um poema ...
Valentina Diadory
15/08/10
6:45 h
Um nome
Um eco
Um borrão
deixado no deserto
Quiça uma página virada
na fimbria do vento
Um rio miúdo e sem vírgulas
Um verso
Uma exclamação
do outro lado do sol
Quiça uma estrela
um luar pendurado
nas reticências do céu
Uma interrogação
numa linha inventada
Um ponto final
ancorado no mar
Quiça um poema ...
Valentina Diadory
15/08/10
6:45 h
Solfejos
Solfejos
Lume arde
Queima a seda
a pele
...E o tato
onde se cala
ofega solfejos
Valentina Diadory
20/02/2011
09:10 h
Lume arde
Queima a seda
a pele
...E o tato
onde se cala
ofega solfejos
Valentina Diadory
20/02/2011
09:10 h
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Alva
Alva
No avesso da janela
a brancura
alvíssima da neve
cobre o cume
verde da montanha
Polvilha as ruas e orvalha
a silenciosa manhã
já prenhe de poesia
Valentina Diadory
28/01/2011
9:35 h
No avesso da janela
a brancura
alvíssima da neve
cobre o cume
verde da montanha
Polvilha as ruas e orvalha
a silenciosa manhã
já prenhe de poesia
Valentina Diadory
28/01/2011
9:35 h
Amargo
Amargo
Um limo inundou
a vela do lume
Um breu se acendeu...
Um travo amarga a língua
Uma letargia...
E o lápis roto
inerte
largado no assoalho
Valentina Diadory
14/05/10
7:40 h
Um limo inundou
a vela do lume
Um breu se acendeu...
Um travo amarga a língua
Uma letargia...
E o lápis roto
inerte
largado no assoalho
Valentina Diadory
14/05/10
7:40 h
Poeta
Poeta
Poeta tem
um retalho de mar
cerzido nos olhos
e um sol poente
ardendo no peito
Dia e noite
saliva palavras sob a língua...
Queima
deságua...
Valentina Diadory
26/01/2011
22:00 h
Poeta tem
um retalho de mar
cerzido nos olhos
e um sol poente
ardendo no peito
Dia e noite
saliva palavras sob a língua...
Queima
deságua...
Valentina Diadory
26/01/2011
22:00 h
Paz
Paz
Não sou daqui
venho de longe
Trago no côncavo das mãos
meu mundo caiado
e o esvoaçar
colorido das borboletas
Valentina Diadory
26/01/11
10:11 h
Não sou daqui
venho de longe
Trago no côncavo das mãos
meu mundo caiado
e o esvoaçar
colorido das borboletas
Valentina Diadory
26/01/11
10:11 h
Sede
Sede
Dá-me um gole d’água
para molhar a palavra
que me bebe por dentro
Espreme uma gota
e inunda o verbo enroscado
na minha garganta
Que arde de sede
e me arranha
Afoga
minha língua enfebrecida
e deixa minha boca
cheia de versos
Valentina Diadory
24/01/2011
21:00 h
Dá-me um gole d’água
para molhar a palavra
que me bebe por dentro
Espreme uma gota
e inunda o verbo enroscado
na minha garganta
Que arde de sede
e me arranha
Afoga
minha língua enfebrecida
e deixa minha boca
cheia de versos
Valentina Diadory
24/01/2011
21:00 h
Sem atalho
Sem atalho
Entre aspas vocifero
Engasgo nas reticências
Resvalo na grafia das letras
Calo
Nada ouço
Do fim ao começo
enxergo a dor sem atalho
doendo por dentro
Atravesso a página insone
e as borboletas
alheias a tudo dançam ao vento
Valentina Diadory
10/11/10
14:10 h
Entre aspas vocifero
Engasgo nas reticências
Resvalo na grafia das letras
Calo
Nada ouço
Do fim ao começo
enxergo a dor sem atalho
doendo por dentro
Atravesso a página insone
e as borboletas
alheias a tudo dançam ao vento
Valentina Diadory
10/11/10
14:10 h
Inocência
Inocência
De repente
na ponta dos pés
o dia boceja e nasce viril
Um naco de sol
abarca o colo casto
doura a inocência
e a face viçosa enrubesce
Valentina Diadory
23/01/2011
09:20 h
De repente
na ponta dos pés
o dia boceja e nasce viril
Um naco de sol
abarca o colo casto
doura a inocência
e a face viçosa enrubesce
Valentina Diadory
23/01/2011
09:20 h
Sonhos
Sonhos
Era uma vez
sonhos aos molhos
e de olhos abertos
guardados todas as noites
na gaveta emperrada
do criado-mudo
No bocejar do dia
o sol enfeita a janela
dos sonhos empoeirados
trancados no quarto
Valentina Diadory
15/01/11
07:18 h
Era uma vez
sonhos aos molhos
e de olhos abertos
guardados todas as noites
na gaveta emperrada
do criado-mudo
No bocejar do dia
o sol enfeita a janela
dos sonhos empoeirados
trancados no quarto
Valentina Diadory
15/01/11
07:18 h
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Torvelinho
Torvelinho
Esmorece a tarde
Um resto de sol
uma fagulha fina e fria
no céu se desvanece
E as folhas
secas de poesia
se arrastam esmaecidas
pela rua
No coração do poeta
um torvelinho escondido
soletra rumores
de passos alheios
rondando o vagar
de seus devaneios
Valentina Diadory
10/11/10
17:28 h
Esmorece a tarde
Um resto de sol
uma fagulha fina e fria
no céu se desvanece
E as folhas
secas de poesia
se arrastam esmaecidas
pela rua
No coração do poeta
um torvelinho escondido
soletra rumores
de passos alheios
rondando o vagar
de seus devaneios
Valentina Diadory
10/11/10
17:28 h
Leitura
Leitura
Na falha funda
da nervura da folha
o sereno noturno
pendura uma rima
tece um verso
O sol amanhece
a folha frágil oscila
derruba palavras
e derrete o verbo
pelo caminho
Finda mais um poema
aos olhos de quem lê
Valentina Diadory
21/01/2011
21:30 h
Na falha funda
da nervura da folha
o sereno noturno
pendura uma rima
tece um verso
O sol amanhece
a folha frágil oscila
derruba palavras
e derrete o verbo
pelo caminho
Finda mais um poema
aos olhos de quem lê
Valentina Diadory
21/01/2011
21:30 h
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Amor
Amor
Há dias em que o silêncio
de todas as horas
aflora na língua um sol
À flor da pele dilata poros
brota o sal e transpira o lume
Valentina Diadory
18/05/10
07:28 h
Há dias em que o silêncio
de todas as horas
aflora na língua um sol
À flor da pele dilata poros
brota o sal e transpira o lume
Valentina Diadory
18/05/10
07:28 h
Prelúdio do Instante
Prelúdio do instante
Ela tem o olhar sentado
num canto da sala
Escondido dentro
da morosidade eterna
da cera que derrete
o prelúdio farto do instante
Tem o coração exilado
pernoitando no limbo
viscoso da espera
E o amor não chega
o amanhã demora
Valentina Diadory
19/01/2011
20:10 h
Artesão
Artesão
Seu amor
caminhou na distancia
venceu as léguas do tempo
Nas dobras
do véu da noite pernoitou
Abriu a janela da manhã
acendeu a candeia do sol
e no meu silêncio cantou
Como um artesão
virou as páginas da minh'alma
e talhou versos ...
Em folhas de ferro escreveu
Esculpiu-te em meu viver
Valentina Diadory
04/01/2011
21:25 h
Seu amor
caminhou na distancia
venceu as léguas do tempo
Nas dobras
do véu da noite pernoitou
Abriu a janela da manhã
acendeu a candeia do sol
e no meu silêncio cantou
Como um artesão
virou as páginas da minh'alma
e talhou versos ...
Em folhas de ferro escreveu
Esculpiu-te em meu viver
Valentina Diadory
04/01/2011
21:25 h
Ardo-me
Ardo-me
Na ausência tua
à sombra do tato
ardo-me
Ébrio de urgências
tu me chegas silencioso
atravessa as margens
das páginas encabuladas
e já lidas
Folheia-me
Despe o pecado
guarda o teu corpo
dentro do meu e fala
Na ausência tua
à sombra do tato
ardo-me
Ébrio de urgências
tu me chegas silencioso
atravessa as margens
das páginas encabuladas
e já lidas
Folheia-me
Despe o pecado
guarda o teu corpo
dentro do meu e fala
Valentina Diadory
10/01/11
23:15 h
O teu lugar
O teu lugar
Trago-te nas dobras
das pálpebras
No avesso da retina
No mais profundo
da minh'alma
Dentro da fôrma
que moldo a poesia
Valentina Diadory
11/01/2011
17:00 h
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