Amor é poesia
Amor é o grito
que chega calado
Frêmito que farfalha
no verde da relva
Fogo que suspira
dentro do peito
Na boca da noite
é sol que pula
as dobras do céu
e escancara as portas
cerradas do dia
Debruça-se na janela
esmiúça a alma
e despeja poesia
Valentina Diadory
23/03/2011
21:30 h
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Não me esqueças
Não me esqueças
A lágrima rega
o chão dos meus olhos
Faz uma poça d’água
passa o tempo
o sol quente seca
e você não chega
Espera que fertiliza
faz florescer em meu olhar
cachos de miosótis
pequeninos e azuis
Valentina Diadory
20/03/2011
21:20 h
A lágrima rega
o chão dos meus olhos
Faz uma poça d’água
passa o tempo
o sol quente seca
e você não chega
Espera que fertiliza
faz florescer em meu olhar
cachos de miosótis
pequeninos e azuis
Valentina Diadory
20/03/2011
21:20 h
Poesia muda
Poesia muda
Todas as poesias
não ditas a você ontem
antes de ontem
e em outros dias
estão mofando mudas
dentro da minha garganta
Na ponta da língua
um braço do amor deságua
No vão das pedras
emendado às reticências
minha boca sorve
o gosto azul de sangue
suado de tinta fresca
que enverniza as palavras
E a ressaca lambe
os tantos versos escritos
e não bebidos
Valentina Diadory
20/03/2011
11:00 h
Todas as poesias
não ditas a você ontem
antes de ontem
e em outros dias
estão mofando mudas
dentro da minha garganta
Na ponta da língua
um braço do amor deságua
No vão das pedras
emendado às reticências
minha boca sorve
o gosto azul de sangue
suado de tinta fresca
que enverniza as palavras
E a ressaca lambe
os tantos versos escritos
e não bebidos
Valentina Diadory
20/03/2011
11:00 h
sábado, 19 de março de 2011
Árida
Árida
Ainda é cedo
e o dia todo molhado
não esparramou a poeira
da boca seca
...À tarde estia
um árido deserto
com os muitos rastros
de gemidos e ais
deixados nas esquinas
Antes que o dia acabe
apetece ao sal da carne
rasgar as minúcias
nervuradas da pele
e queimar o ardor do lume
Tempo pouco
que arrasta a sede muita
Não sacia a fome
e o beija-flor só carece
beber da flor
Valentina Diadory
19/03/2011
21:00 h
Ainda é cedo
e o dia todo molhado
não esparramou a poeira
da boca seca
...À tarde estia
um árido deserto
com os muitos rastros
de gemidos e ais
deixados nas esquinas
Antes que o dia acabe
apetece ao sal da carne
rasgar as minúcias
nervuradas da pele
e queimar o ardor do lume
Tempo pouco
que arrasta a sede muita
Não sacia a fome
e o beija-flor só carece
beber da flor
Valentina Diadory
19/03/2011
21:00 h
quinta-feira, 17 de março de 2011
Voyuer
Voyuer
Mil olhos enxergam
os versos livres
guardados no âmago
das minhas vísceras
No bolso das horas
passa o tempo
corre o vento
Espelho transparente
voyeur de mim
num casulo
de janela aberta
Céu de dia
onde as palavras livres
ávidas de vida
me pedem um risco
uma linha
Idos tempos
Outros
...Aqueles atrás dos muros
Poesia exilada
num regime de fome
e sem alforria
Qual uma flor
nascida de pedra
sem perfume
aos poucos se desfarelando
arranhando a garganta
Como doía...
Valentina Diadory
17/03/2011
21:30 h
Mil olhos enxergam
os versos livres
guardados no âmago
das minhas vísceras
No bolso das horas
passa o tempo
corre o vento
Espelho transparente
voyeur de mim
num casulo
de janela aberta
Céu de dia
onde as palavras livres
ávidas de vida
me pedem um risco
uma linha
Idos tempos
Outros
...Aqueles atrás dos muros
Poesia exilada
num regime de fome
e sem alforria
Qual uma flor
nascida de pedra
sem perfume
aos poucos se desfarelando
arranhando a garganta
Como doía...
Valentina Diadory
17/03/2011
21:30 h
quarta-feira, 16 de março de 2011
Cata-vento
Cata-vento
Nas cordas do tempo
tudo é silêncio
faz pouco vento
A fumaça
sobe alguns degraus
Se esvai
sem chegar ao céu
Uma poça d’água
enlameada dorme
sozinha na calçada
No olhar despido
se move
um traço longínquo
...Um cata-vento
e o galo garboso
no telhado
rasgado de ripas
cochila de dia
Valentina Diadory
16/03/2011
20:50 h
Nas cordas do tempo
tudo é silêncio
faz pouco vento
A fumaça
sobe alguns degraus
Se esvai
sem chegar ao céu
Uma poça d’água
enlameada dorme
sozinha na calçada
No olhar despido
se move
um traço longínquo
...Um cata-vento
e o galo garboso
no telhado
rasgado de ripas
cochila de dia
Valentina Diadory
16/03/2011
20:50 h
segunda-feira, 14 de março de 2011
Desfolho
Desfolho
Na beira da estrada
o vento empurra
as folhas sem rumo
...Longe dali
da janela entreaberta
os umbrais
opacos do olhar
inexpressivos tremulam
As pálpebras
cerradas se abrem
O bruxuleio
frouxo da lamparina
turva o meio da noite
desdobra as sombras
e ofusca o desfolho
solitário amarelecido
do outono orvalhado
trancado do lado de fora
Valentina Diadory
14/03/2011
20:48 h
Na beira da estrada
o vento empurra
as folhas sem rumo
...Longe dali
da janela entreaberta
os umbrais
opacos do olhar
inexpressivos tremulam
As pálpebras
cerradas se abrem
O bruxuleio
frouxo da lamparina
turva o meio da noite
desdobra as sombras
e ofusca o desfolho
solitário amarelecido
do outono orvalhado
trancado do lado de fora
Valentina Diadory
14/03/2011
20:48 h
domingo, 13 de março de 2011
Canto de saudade
Canto de saudade
Meu amor não é mais
nota que arde nos dedos
Já não respira
no vão quente da alma
É um canto dormido
de saudade
Valentina Diadory
13/03/2011
19:00 h
Meu amor não é mais
nota que arde nos dedos
Já não respira
no vão quente da alma
É um canto dormido
de saudade
Valentina Diadory
13/03/2011
19:00 h
Versos de amor
Versos de amor
Ergo os olhos
apuro os ouvidos
escuto o tempo
apanho o batom
Meço as palavras
conto as letras
acanhada desenho-as
...Uns cem versos
de amor por amor
suspiram no espelho
Valentina Diadory
13/03/2011
18:50 h
Ergo os olhos
apuro os ouvidos
escuto o tempo
apanho o batom
Meço as palavras
conto as letras
acanhada desenho-as
...Uns cem versos
de amor por amor
suspiram no espelho
Valentina Diadory
13/03/2011
18:50 h
Açoite
Açoite
O sal dos olhos escorre
retém os gemidos
Sem pressa
dobram-se os orgasmos
como um açoite
ao pêndulo do tempo
Valentina Diadory
13/03/2011
18:30 h
Rosa
Rosa
Ela já foi um botão
Uma rosa formosa
que se abriu na sombra
solitária da janela
Cheia de palavras
matizava o céu de anil
Valentina Diadory
13/03/2011
18:25 h
Ela já foi um botão
Uma rosa formosa
que se abriu na sombra
solitária da janela
Cheia de palavras
matizava o céu de anil
Valentina Diadory
13/03/2011
18:25 h
sexta-feira, 11 de março de 2011
Em vão...
Em vão...
Meu amor por você
num fio de voz
saculeja o tempo
balouça ao vento
e tece uma fala
no vazio
do teu silêncio
Tudo em vão...
Você ensurdeceu
Emudeceu
Esqueceu...
Meu amor por você
esmoreceu...
Perece fértil
dentro do últero fecundo
do meu coração
Valentina Diadory
11/03/2011
21:00
Meu amor por você
num fio de voz
saculeja o tempo
balouça ao vento
e tece uma fala
no vazio
do teu silêncio
Tudo em vão...
Você ensurdeceu
Emudeceu
Esqueceu...
Meu amor por você
esmoreceu...
Perece fértil
dentro do últero fecundo
do meu coração
Valentina Diadory
11/03/2011
21:00
quinta-feira, 10 de março de 2011
Um novo dia
Um novo dia
Nos fundos
do jardim dos sonhos
cessa a chuva
e os entremeios do sol
despertam a macieza
perfumada das flores
As borboletas
inquietas adejam e o pó fino
das asas de mil cores
adornam o vento
A menina acorda
com os cachos amassados
a face corada
e os olhos rasos d’água
Sonolenta boceja a manhã
pisa os poros fartos
e úmidos da terra
Esfrega os olhos embaçados
apanha os sonhos
mau dormidos na corda
dobra e guarda na gaveta
...Atrás da porta
o coração suspira alagado
e a menina cresce
da noite para o dia
Meio sem jeito olha de lado
sorri e colhe as pétalas
do novo dia
Valentina Diadory
10/03/2011
20:45 h
Nos fundos
do jardim dos sonhos
cessa a chuva
e os entremeios do sol
despertam a macieza
perfumada das flores
As borboletas
inquietas adejam e o pó fino
das asas de mil cores
adornam o vento
A menina acorda
com os cachos amassados
a face corada
e os olhos rasos d’água
Sonolenta boceja a manhã
pisa os poros fartos
e úmidos da terra
Esfrega os olhos embaçados
apanha os sonhos
mau dormidos na corda
dobra e guarda na gaveta
...Atrás da porta
o coração suspira alagado
e a menina cresce
da noite para o dia
Meio sem jeito olha de lado
sorri e colhe as pétalas
do novo dia
Valentina Diadory
10/03/2011
20:45 h
terça-feira, 8 de março de 2011
Um poema de sal e mar
Um poema de sal e mar
Corpos suados
Insaciáveis
entregues ao lume
dos desejos
Lábios ardentes
tecendo beijos de sol
...O gozo
pleno se derrama
junto com as ondas
rendadas de espumas
Na areia fica escrito
um poema de sal
incrustado nos cristais
cerúleos do mar
Valentina Diadory
08/03/2011
21:00 h
Corpos suados
Insaciáveis
entregues ao lume
dos desejos
Lábios ardentes
tecendo beijos de sol
...O gozo
pleno se derrama
junto com as ondas
rendadas de espumas
Na areia fica escrito
um poema de sal
incrustado nos cristais
cerúleos do mar
Valentina Diadory
08/03/2011
21:00 h
segunda-feira, 7 de março de 2011
Voejar
Voejar
Uma aragem quente
ondula o silêncio
da tarde
Com dedos leves
o vento voeja
uma sementeira
prenhe de palavras
Chove
Quando amanhece
os versos nascem
de mãos dadas
com o sol
Abundantes enchem
o cerúleo dia com poesia
Valentina Diadory
07/03/2011
21:05 h
Uma aragem quente
ondula o silêncio
da tarde
Com dedos leves
o vento voeja
uma sementeira
prenhe de palavras
Chove
Quando amanhece
os versos nascem
de mãos dadas
com o sol
Abundantes enchem
o cerúleo dia com poesia
Valentina Diadory
07/03/2011
21:05 h
Inquilino
Inquilino
Tu consertas o pêndulo
lento do tempo
Fias a gota do dia
Teces o caminho
mais claro da noite
Destelhas o teto
e a flor do meu corpo
habita-me
...Como quem não tem
para onde ir
Valentina Diadory
07/03/2011
20:49 h
Tu consertas o pêndulo
lento do tempo
Fias a gota do dia
Teces o caminho
mais claro da noite
Destelhas o teto
e a flor do meu corpo
habita-me
...Como quem não tem
para onde ir
Valentina Diadory
07/03/2011
20:49 h
domingo, 6 de março de 2011
Mosto
Mosto
A saliva arde
apura a seiva
O céu da boca
em brasa
ofega o mosto
bebe do beijo
Valentina Diadory
06/03/2011
21:20 h
A saliva arde
apura a seiva
O céu da boca
em brasa
ofega o mosto
bebe do beijo
Valentina Diadory
06/03/2011
21:20 h
sábado, 5 de março de 2011
Pudica
Pudica
Olhar casto
Um candeeiro de candura
aceso na tez de veludo
Seios redondos
Duas pétalas intumescidas
auréolas rosadas
sombreiam a alvura
do entremeio de renda
na pele dourada de trigo
Pernas cruzadas
Joelhos macios
Carícias
desprendem segredos
...Um mar de estio
Um botão do sol
ardendo em solfejos
Valentina Diadory
05/03/2011
21:05 h
Olhar casto
Um candeeiro de candura
aceso na tez de veludo
Seios redondos
Duas pétalas intumescidas
auréolas rosadas
sombreiam a alvura
do entremeio de renda
na pele dourada de trigo
Pernas cruzadas
Joelhos macios
Carícias
desprendem segredos
...Um mar de estio
Um botão do sol
ardendo em solfejos
Valentina Diadory
05/03/2011
21:05 h
Ode ao silêncio
Ode ao silêncio
Ouço tuas mãos
compondo na fímbria
do silêncio
Ouço-as
fiando a macieza
com que tu
debruas meu corpo
eriça pêlos
desprende poros
Valentina Diadory
05/03/2011
20:24 h
Ouço tuas mãos
compondo na fímbria
do silêncio
Ouço-as
fiando a macieza
com que tu
debruas meu corpo
eriça pêlos
desprende poros
Valentina Diadory
05/03/2011
20:24 h
quinta-feira, 3 de março de 2011
Mulher
Mulher
Na curva do sorriso
um céu matizado
de volúpias
No olhar afoito
um mar aberto
enfebrecido de segredos
Valentina Diadory
03/03/2011
21:50 h
Na curva do sorriso
um céu matizado
de volúpias
No olhar afoito
um mar aberto
enfebrecido de segredos
Valentina Diadory
03/03/2011
21:50 h
quarta-feira, 2 de março de 2011
Outonece
Outonece
As folhas uma a uma
caem pelo chão
Desbotadas se movem
com o vento
Uma lasca
fria de silêncio sorve
os gomos do dia
Valentina Diadory
02/03/2011
21:40 h
As folhas uma a uma
caem pelo chão
Desbotadas se movem
com o vento
Uma lasca
fria de silêncio sorve
os gomos do dia
Valentina Diadory
02/03/2011
21:40 h
terça-feira, 1 de março de 2011
Bordadeira
Bordadeira
...Passa horas
no quarto de costura
bulindo no cesto de letras...
Em silêncio
alinhava sílabas
costura versos
borda palavras
Valentina Diadory
01/03/2011
21:20 h
...Passa horas
no quarto de costura
bulindo no cesto de letras...
Em silêncio
alinhava sílabas
costura versos
borda palavras
Valentina Diadory
01/03/2011
21:20 h
Assinar:
Postagens (Atom)