domingo, 20 de fevereiro de 2011

Floração

Floração


Fogachos num novelo
enrolado de carícias
Lenha seca
Fagulha acesa


No mosto da boca
a língua em chamas
rompe o dique
das horas a fio
de fome e de sede


Sol embebe
o sal táctil
Sem sono
pulsa
Dedilha o fogo


Em brasa
rasga as fímbrias
geladas da água
Arde
E as mãos
tocam a floração
rasa do corpo


Lá no fundo
um lato céu
Um poema
Um vulcão


Valentina Diadory
03/02/2011
22:30 h

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