Amor é poesia
Amor é o grito
que chega calado
Frêmito que farfalha
no verde da relva
Fogo que suspira
dentro do peito
Na boca da noite
é sol que pula
as dobras do céu
e escancara as portas
cerradas do dia
Debruça-se na janela
esmiúça a alma
e despeja poesia
Valentina Diadory
23/03/2011
21:30 h
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Não me esqueças
Não me esqueças
A lágrima rega
o chão dos meus olhos
Faz uma poça d’água
passa o tempo
o sol quente seca
e você não chega
Espera que fertiliza
faz florescer em meu olhar
cachos de miosótis
pequeninos e azuis
Valentina Diadory
20/03/2011
21:20 h
A lágrima rega
o chão dos meus olhos
Faz uma poça d’água
passa o tempo
o sol quente seca
e você não chega
Espera que fertiliza
faz florescer em meu olhar
cachos de miosótis
pequeninos e azuis
Valentina Diadory
20/03/2011
21:20 h
Poesia muda
Poesia muda
Todas as poesias
não ditas a você ontem
antes de ontem
e em outros dias
estão mofando mudas
dentro da minha garganta
Na ponta da língua
um braço do amor deságua
No vão das pedras
emendado às reticências
minha boca sorve
o gosto azul de sangue
suado de tinta fresca
que enverniza as palavras
E a ressaca lambe
os tantos versos escritos
e não bebidos
Valentina Diadory
20/03/2011
11:00 h
Todas as poesias
não ditas a você ontem
antes de ontem
e em outros dias
estão mofando mudas
dentro da minha garganta
Na ponta da língua
um braço do amor deságua
No vão das pedras
emendado às reticências
minha boca sorve
o gosto azul de sangue
suado de tinta fresca
que enverniza as palavras
E a ressaca lambe
os tantos versos escritos
e não bebidos
Valentina Diadory
20/03/2011
11:00 h
sábado, 19 de março de 2011
Árida
Árida
Ainda é cedo
e o dia todo molhado
não esparramou a poeira
da boca seca
...À tarde estia
um árido deserto
com os muitos rastros
de gemidos e ais
deixados nas esquinas
Antes que o dia acabe
apetece ao sal da carne
rasgar as minúcias
nervuradas da pele
e queimar o ardor do lume
Tempo pouco
que arrasta a sede muita
Não sacia a fome
e o beija-flor só carece
beber da flor
Valentina Diadory
19/03/2011
21:00 h
Ainda é cedo
e o dia todo molhado
não esparramou a poeira
da boca seca
...À tarde estia
um árido deserto
com os muitos rastros
de gemidos e ais
deixados nas esquinas
Antes que o dia acabe
apetece ao sal da carne
rasgar as minúcias
nervuradas da pele
e queimar o ardor do lume
Tempo pouco
que arrasta a sede muita
Não sacia a fome
e o beija-flor só carece
beber da flor
Valentina Diadory
19/03/2011
21:00 h
quinta-feira, 17 de março de 2011
Voyuer
Voyuer
Mil olhos enxergam
os versos livres
guardados no âmago
das minhas vísceras
No bolso das horas
passa o tempo
corre o vento
Espelho transparente
voyeur de mim
num casulo
de janela aberta
Céu de dia
onde as palavras livres
ávidas de vida
me pedem um risco
uma linha
Idos tempos
Outros
...Aqueles atrás dos muros
Poesia exilada
num regime de fome
e sem alforria
Qual uma flor
nascida de pedra
sem perfume
aos poucos se desfarelando
arranhando a garganta
Como doía...
Valentina Diadory
17/03/2011
21:30 h
Mil olhos enxergam
os versos livres
guardados no âmago
das minhas vísceras
No bolso das horas
passa o tempo
corre o vento
Espelho transparente
voyeur de mim
num casulo
de janela aberta
Céu de dia
onde as palavras livres
ávidas de vida
me pedem um risco
uma linha
Idos tempos
Outros
...Aqueles atrás dos muros
Poesia exilada
num regime de fome
e sem alforria
Qual uma flor
nascida de pedra
sem perfume
aos poucos se desfarelando
arranhando a garganta
Como doía...
Valentina Diadory
17/03/2011
21:30 h
quarta-feira, 16 de março de 2011
Cata-vento
Cata-vento
Nas cordas do tempo
tudo é silêncio
faz pouco vento
A fumaça
sobe alguns degraus
Se esvai
sem chegar ao céu
Uma poça d’água
enlameada dorme
sozinha na calçada
No olhar despido
se move
um traço longínquo
...Um cata-vento
e o galo garboso
no telhado
rasgado de ripas
cochila de dia
Valentina Diadory
16/03/2011
20:50 h
Nas cordas do tempo
tudo é silêncio
faz pouco vento
A fumaça
sobe alguns degraus
Se esvai
sem chegar ao céu
Uma poça d’água
enlameada dorme
sozinha na calçada
No olhar despido
se move
um traço longínquo
...Um cata-vento
e o galo garboso
no telhado
rasgado de ripas
cochila de dia
Valentina Diadory
16/03/2011
20:50 h
segunda-feira, 14 de março de 2011
Desfolho
Desfolho
Na beira da estrada
o vento empurra
as folhas sem rumo
...Longe dali
da janela entreaberta
os umbrais
opacos do olhar
inexpressivos tremulam
As pálpebras
cerradas se abrem
O bruxuleio
frouxo da lamparina
turva o meio da noite
desdobra as sombras
e ofusca o desfolho
solitário amarelecido
do outono orvalhado
trancado do lado de fora
Valentina Diadory
14/03/2011
20:48 h
Na beira da estrada
o vento empurra
as folhas sem rumo
...Longe dali
da janela entreaberta
os umbrais
opacos do olhar
inexpressivos tremulam
As pálpebras
cerradas se abrem
O bruxuleio
frouxo da lamparina
turva o meio da noite
desdobra as sombras
e ofusca o desfolho
solitário amarelecido
do outono orvalhado
trancado do lado de fora
Valentina Diadory
14/03/2011
20:48 h
domingo, 13 de março de 2011
Canto de saudade
Canto de saudade
Meu amor não é mais
nota que arde nos dedos
Já não respira
no vão quente da alma
É um canto dormido
de saudade
Valentina Diadory
13/03/2011
19:00 h
Meu amor não é mais
nota que arde nos dedos
Já não respira
no vão quente da alma
É um canto dormido
de saudade
Valentina Diadory
13/03/2011
19:00 h
Versos de amor
Versos de amor
Ergo os olhos
apuro os ouvidos
escuto o tempo
apanho o batom
Meço as palavras
conto as letras
acanhada desenho-as
...Uns cem versos
de amor por amor
suspiram no espelho
Valentina Diadory
13/03/2011
18:50 h
Ergo os olhos
apuro os ouvidos
escuto o tempo
apanho o batom
Meço as palavras
conto as letras
acanhada desenho-as
...Uns cem versos
de amor por amor
suspiram no espelho
Valentina Diadory
13/03/2011
18:50 h
Açoite
Açoite
O sal dos olhos escorre
retém os gemidos
Sem pressa
dobram-se os orgasmos
como um açoite
ao pêndulo do tempo
Valentina Diadory
13/03/2011
18:30 h
Rosa
Rosa
Ela já foi um botão
Uma rosa formosa
que se abriu na sombra
solitária da janela
Cheia de palavras
matizava o céu de anil
Valentina Diadory
13/03/2011
18:25 h
Ela já foi um botão
Uma rosa formosa
que se abriu na sombra
solitária da janela
Cheia de palavras
matizava o céu de anil
Valentina Diadory
13/03/2011
18:25 h
sexta-feira, 11 de março de 2011
Em vão...
Em vão...
Meu amor por você
num fio de voz
saculeja o tempo
balouça ao vento
e tece uma fala
no vazio
do teu silêncio
Tudo em vão...
Você ensurdeceu
Emudeceu
Esqueceu...
Meu amor por você
esmoreceu...
Perece fértil
dentro do últero fecundo
do meu coração
Valentina Diadory
11/03/2011
21:00
Meu amor por você
num fio de voz
saculeja o tempo
balouça ao vento
e tece uma fala
no vazio
do teu silêncio
Tudo em vão...
Você ensurdeceu
Emudeceu
Esqueceu...
Meu amor por você
esmoreceu...
Perece fértil
dentro do últero fecundo
do meu coração
Valentina Diadory
11/03/2011
21:00
quinta-feira, 10 de março de 2011
Um novo dia
Um novo dia
Nos fundos
do jardim dos sonhos
cessa a chuva
e os entremeios do sol
despertam a macieza
perfumada das flores
As borboletas
inquietas adejam e o pó fino
das asas de mil cores
adornam o vento
A menina acorda
com os cachos amassados
a face corada
e os olhos rasos d’água
Sonolenta boceja a manhã
pisa os poros fartos
e úmidos da terra
Esfrega os olhos embaçados
apanha os sonhos
mau dormidos na corda
dobra e guarda na gaveta
...Atrás da porta
o coração suspira alagado
e a menina cresce
da noite para o dia
Meio sem jeito olha de lado
sorri e colhe as pétalas
do novo dia
Valentina Diadory
10/03/2011
20:45 h
Nos fundos
do jardim dos sonhos
cessa a chuva
e os entremeios do sol
despertam a macieza
perfumada das flores
As borboletas
inquietas adejam e o pó fino
das asas de mil cores
adornam o vento
A menina acorda
com os cachos amassados
a face corada
e os olhos rasos d’água
Sonolenta boceja a manhã
pisa os poros fartos
e úmidos da terra
Esfrega os olhos embaçados
apanha os sonhos
mau dormidos na corda
dobra e guarda na gaveta
...Atrás da porta
o coração suspira alagado
e a menina cresce
da noite para o dia
Meio sem jeito olha de lado
sorri e colhe as pétalas
do novo dia
Valentina Diadory
10/03/2011
20:45 h
terça-feira, 8 de março de 2011
Um poema de sal e mar
Um poema de sal e mar
Corpos suados
Insaciáveis
entregues ao lume
dos desejos
Lábios ardentes
tecendo beijos de sol
...O gozo
pleno se derrama
junto com as ondas
rendadas de espumas
Na areia fica escrito
um poema de sal
incrustado nos cristais
cerúleos do mar
Valentina Diadory
08/03/2011
21:00 h
Corpos suados
Insaciáveis
entregues ao lume
dos desejos
Lábios ardentes
tecendo beijos de sol
...O gozo
pleno se derrama
junto com as ondas
rendadas de espumas
Na areia fica escrito
um poema de sal
incrustado nos cristais
cerúleos do mar
Valentina Diadory
08/03/2011
21:00 h
segunda-feira, 7 de março de 2011
Voejar
Voejar
Uma aragem quente
ondula o silêncio
da tarde
Com dedos leves
o vento voeja
uma sementeira
prenhe de palavras
Chove
Quando amanhece
os versos nascem
de mãos dadas
com o sol
Abundantes enchem
o cerúleo dia com poesia
Valentina Diadory
07/03/2011
21:05 h
Uma aragem quente
ondula o silêncio
da tarde
Com dedos leves
o vento voeja
uma sementeira
prenhe de palavras
Chove
Quando amanhece
os versos nascem
de mãos dadas
com o sol
Abundantes enchem
o cerúleo dia com poesia
Valentina Diadory
07/03/2011
21:05 h
Inquilino
Inquilino
Tu consertas o pêndulo
lento do tempo
Fias a gota do dia
Teces o caminho
mais claro da noite
Destelhas o teto
e a flor do meu corpo
habita-me
...Como quem não tem
para onde ir
Valentina Diadory
07/03/2011
20:49 h
Tu consertas o pêndulo
lento do tempo
Fias a gota do dia
Teces o caminho
mais claro da noite
Destelhas o teto
e a flor do meu corpo
habita-me
...Como quem não tem
para onde ir
Valentina Diadory
07/03/2011
20:49 h
domingo, 6 de março de 2011
Mosto
Mosto
A saliva arde
apura a seiva
O céu da boca
em brasa
ofega o mosto
bebe do beijo
Valentina Diadory
06/03/2011
21:20 h
A saliva arde
apura a seiva
O céu da boca
em brasa
ofega o mosto
bebe do beijo
Valentina Diadory
06/03/2011
21:20 h
sábado, 5 de março de 2011
Pudica
Pudica
Olhar casto
Um candeeiro de candura
aceso na tez de veludo
Seios redondos
Duas pétalas intumescidas
auréolas rosadas
sombreiam a alvura
do entremeio de renda
na pele dourada de trigo
Pernas cruzadas
Joelhos macios
Carícias
desprendem segredos
...Um mar de estio
Um botão do sol
ardendo em solfejos
Valentina Diadory
05/03/2011
21:05 h
Olhar casto
Um candeeiro de candura
aceso na tez de veludo
Seios redondos
Duas pétalas intumescidas
auréolas rosadas
sombreiam a alvura
do entremeio de renda
na pele dourada de trigo
Pernas cruzadas
Joelhos macios
Carícias
desprendem segredos
...Um mar de estio
Um botão do sol
ardendo em solfejos
Valentina Diadory
05/03/2011
21:05 h
Ode ao silêncio
Ode ao silêncio
Ouço tuas mãos
compondo na fímbria
do silêncio
Ouço-as
fiando a macieza
com que tu
debruas meu corpo
eriça pêlos
desprende poros
Valentina Diadory
05/03/2011
20:24 h
Ouço tuas mãos
compondo na fímbria
do silêncio
Ouço-as
fiando a macieza
com que tu
debruas meu corpo
eriça pêlos
desprende poros
Valentina Diadory
05/03/2011
20:24 h
quinta-feira, 3 de março de 2011
Mulher
Mulher
Na curva do sorriso
um céu matizado
de volúpias
No olhar afoito
um mar aberto
enfebrecido de segredos
Valentina Diadory
03/03/2011
21:50 h
Na curva do sorriso
um céu matizado
de volúpias
No olhar afoito
um mar aberto
enfebrecido de segredos
Valentina Diadory
03/03/2011
21:50 h
quarta-feira, 2 de março de 2011
Outonece
Outonece
As folhas uma a uma
caem pelo chão
Desbotadas se movem
com o vento
Uma lasca
fria de silêncio sorve
os gomos do dia
Valentina Diadory
02/03/2011
21:40 h
As folhas uma a uma
caem pelo chão
Desbotadas se movem
com o vento
Uma lasca
fria de silêncio sorve
os gomos do dia
Valentina Diadory
02/03/2011
21:40 h
terça-feira, 1 de março de 2011
Bordadeira
Bordadeira
...Passa horas
no quarto de costura
bulindo no cesto de letras...
Em silêncio
alinhava sílabas
costura versos
borda palavras
Valentina Diadory
01/03/2011
21:20 h
...Passa horas
no quarto de costura
bulindo no cesto de letras...
Em silêncio
alinhava sílabas
costura versos
borda palavras
Valentina Diadory
01/03/2011
21:20 h
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Contra o tempo
Contra o tempo
Inquieta corro os olhos
pelas paredes
Afobada gasto passos
derramo a água do pote
tropeço
levanto...
Colho flores
guardo no embornal
amarro
Colo cacos
faço um mosaico
Cato os espinhos
jogo fora...
Sobrevivo
sempre de olho
no relógio
roendo a casca
grossa do tempo
...Tenho vontade
de avançar as horas
Pressa de saber
como será o amanhã
Pressa de viver
pressa de ser mais feliz...
E o amanhã demora...
Parece que nunca vai chegar...
Valentina Diadory
27/02/2011
13:50 h
Inquieta corro os olhos
pelas paredes
Afobada gasto passos
derramo a água do pote
tropeço
levanto...
Colho flores
guardo no embornal
amarro
Colo cacos
faço um mosaico
Cato os espinhos
jogo fora...
Sobrevivo
sempre de olho
no relógio
roendo a casca
grossa do tempo
...Tenho vontade
de avançar as horas
Pressa de saber
como será o amanhã
Pressa de viver
pressa de ser mais feliz...
E o amanhã demora...
Parece que nunca vai chegar...
Valentina Diadory
27/02/2011
13:50 h
Insaciável
Insaciável
Dedos andejos
nas sombras
da noite pouca
sobe e desce degraus
Dedilha versos
saliva
fia a fome
tece
debrua sóis
ateia fogo
gozo
Valentina Diadory
26/02/2011
10:10 h
Dedos andejos
nas sombras
da noite pouca
sobe e desce degraus
Dedilha versos
saliva
fia a fome
tece
debrua sóis
ateia fogo
gozo
Valentina Diadory
26/02/2011
10:10 h
Tanto
Tanto
...Na esquina dos olhos
tanto cisco
Tanto mar
rouco de pranto
Valentina Diadory
25/02/2011
18:20 h
...Na esquina dos olhos
tanto cisco
Tanto mar
rouco de pranto
Valentina Diadory
25/02/2011
18:20 h
Eterno amor
Eterno amor
Tu me dizes
Na sua vida serei
eterno como o mar
o sol o luar as estrelas o céu...
O mundo todo lá fora
Serei seu eterno amor
...
Miro seus olhos e digo
Na sua vida serei
os minutos poucos
e as horas fartas
Do anoitecer ao romper do dia
serei poesia
Rafael Augusto – Valentina Diadory
25/02/2011
14:30 h
Solfejos
Solfejos
Lume arde
Queima a seda
a pele
...E o tato
onde se cala
ofega solfejos
Valentina Diadory
20/02/2011
09:10 h
Lume arde
Queima a seda
a pele
...E o tato
onde se cala
ofega solfejos
Valentina Diadory
20/02/2011
09:10 h
Jejum
Jejum
Ainda levo um dia
nessa sequidão
Jejuando no silêncio
escutando meu avesso
urdindo o tecido
espesso das palavras
Valentina Diadory
19/02/2011
15:35 h
Ainda levo um dia
nessa sequidão
Jejuando no silêncio
escutando meu avesso
urdindo o tecido
espesso das palavras
Valentina Diadory
19/02/2011
15:35 h
Uma história de poesia
Uma história de poesia
O menino me contou
que quando anoitece
o vento sopra devagar
empurra as nuvens
alvas do céu
e a réstia loura de sol
que estava escondida
se espicha e de longe
aparece um pouquinho
As ondas crespas do mar
se acalmam e levam
o barco para a praia
Lambem a areia e o pescador
vai para casa descansar
Até parece ser de dia
...O sono chega
o menino boceja
esfrega os olhinhos miúdos
e se debruça
dentro da poesia...
Valentina Diadory
18/02/2011
19:20 h
Fazer amor
Fazer amor
Explodir fragrâncias
Na porosidade da pele
exalar aromas...
O amor verdadeiro
impregnando o ar
com a seiva extraída
da essência da alma
Rafael Augusto – Valentina Diadory
18/02/2011
20:15
Explodir fragrâncias
Na porosidade da pele
exalar aromas...
O amor verdadeiro
impregnando o ar
com a seiva extraída
da essência da alma
Rafael Augusto – Valentina Diadory
18/02/2011
20:15
Pelo avesso
Pelo avesso
Esperou tanto
Lá pelas tantas
já pelo avesso
teve um dedo de prosa
com o silêncio
Mirou-se no espelho
do pó de arroz
Engoliu os soluços
passou batom
ajeitou os cabelos
bateu a poeira
do vestido
sacudiu o olhar
e saiu pisando
nas pedras soltas
que ainda ruíam
por dentro
Valentina Diadory
17/02/2011
Esperou tanto
Lá pelas tantas
já pelo avesso
teve um dedo de prosa
com o silêncio
Mirou-se no espelho
do pó de arroz
Engoliu os soluços
passou batom
ajeitou os cabelos
bateu a poeira
do vestido
sacudiu o olhar
e saiu pisando
nas pedras soltas
que ainda ruíam
por dentro
Valentina Diadory
17/02/2011
21:25 h
Careço
Careço
Descalça
desço as escadas
de mim...
Tudo tão escuro
Às cegas tateio o chão
forrado de páginas
amassadas
Careço do verbo
Careço de palavras pingando
na ponta do lápis
para bordar na alvura
do linho fiado
Valentina Diadory
16/02/2011
21:40 h
Descalça
desço as escadas
de mim...
Tudo tão escuro
Às cegas tateio o chão
forrado de páginas
amassadas
Careço do verbo
Careço de palavras pingando
na ponta do lápis
para bordar na alvura
do linho fiado
Valentina Diadory
16/02/2011
21:40 h
Sombra
Sombra
Abro a porta do dia
Rego o vaso
de amor-perfeito
sobre a mesa
Sento-me na cadeira
cansada do alpendre
e leio-te
Escuta minhas mãos
fitando as páginas
e folheando o avesso
das linhas
Sou sol
Sombra do seu tempo
Do instante derradeiro
ao minuto seguinte
sei teus passos de cor
Valentina Diadory
15/02/2011
21:52
Abro a porta do dia
Rego o vaso
de amor-perfeito
sobre a mesa
Sento-me na cadeira
cansada do alpendre
e leio-te
Escuta minhas mãos
fitando as páginas
e folheando o avesso
das linhas
Sou sol
Sombra do seu tempo
Do instante derradeiro
ao minuto seguinte
sei teus passos de cor
Valentina Diadory
15/02/2011
21:52
Seiva
Seiva
A cama arde
Descoso-me dos pudores
Recebo-te
Tu te hospedas em mim
...Céu
Sol
Sal
Mar
...A seiva se derrama
irriga
...Cirzo teu corpo no meu
Extasio-me
Valentina Diadory
14/02/2011
23:00
A cama arde
Descoso-me dos pudores
Recebo-te
Tu te hospedas em mim
...Céu
Sol
Sal
Mar
...A seiva se derrama
irriga
...Cirzo teu corpo no meu
Extasio-me
Valentina Diadory
14/02/2011
23:00
Quem sou?
Quem sou?
Sou o silêncio do lume
se espraiando
na ausência da linguagem
O toque das acácias
perfumando a vadiagem
dos dias
O sono
A noite de sonho turvado
e o sal do mar
que unta o corpo
Os anos que passam
e a criança que pede colo
A voz
O grito das palavras
que dobra e rasga
a mudez da sua interrogativa
Valentina Diadory
14/02/2011
22:50 h
Sou o silêncio do lume
se espraiando
na ausência da linguagem
O toque das acácias
perfumando a vadiagem
dos dias
O sono
A noite de sonho turvado
e o sal do mar
que unta o corpo
Os anos que passam
e a criança que pede colo
A voz
O grito das palavras
que dobra e rasga
a mudez da sua interrogativa
Valentina Diadory
14/02/2011
22:50 h
Riscos
Riscos
Na parede caiada
o pêndulo renitente
tomba os minutos
e passa as horas
De soslaio
a palavra míngua
na porosidade das mãos
Da lonjura
o verso carece
das linhas deitadas
que risca
o olhar do poeta
Valentina Diadory
13/02/2011
21:10 h
Na parede caiada
o pêndulo renitente
tomba os minutos
e passa as horas
De soslaio
a palavra míngua
na porosidade das mãos
Da lonjura
o verso carece
das linhas deitadas
que risca
o olhar do poeta
Valentina Diadory
13/02/2011
21:10 h
Verão
Verão
Apalpo o crepitar
das folhas
secas de outono
e côo réstias de sol
na palheta
Colo na fundura do céu
Dura a vida toda
como se fosse
um dia de verão
Valentina Diadory
14/04/10
16:32 h
Apalpo o crepitar
das folhas
secas de outono
e côo réstias de sol
na palheta
Colo na fundura do céu
Dura a vida toda
como se fosse
um dia de verão
Valentina Diadory
14/04/10
16:32 h
(A)mar
(A)mar
Ouço a essência
do mar
a marulhar
poemas na areia
...Um respiro
das palavras
arqueja no corpo
... (A)mar
Valentina Diadory
12/02/2011
21:20 h
Ouço a essência
do mar
a marulhar
poemas na areia
...Um respiro
das palavras
arqueja no corpo
... (A)mar
Valentina Diadory
12/02/2011
21:20 h
Girassóis do poeta
Girassóis do poeta
Há um fio
rouco de voz
no pranto que corre
pela sua face
Suas mãos tecem
as palavras
e um campo
de sóis
brilha diáfano
em seu olhar
Valentina Diadory
12/02/2011
20:20 h
Há um fio
rouco de voz
no pranto que corre
pela sua face
Suas mãos tecem
as palavras
e um campo
de sóis
brilha diáfano
em seu olhar
Valentina Diadory
12/02/2011
20:20 h
Tempo
Tempo
Toco o fio das palavras
Conto os dias nos dedos
Teço em versos
os minutos e as horas
...Arremato nosso amor
no poema
Guardo dentro da alma
e aperto os olhos
para que nada de nós
se extravie
Valentina Diadory
11/02/2011
21:25 h
Toco o fio das palavras
Conto os dias nos dedos
Teço em versos
os minutos e as horas
...Arremato nosso amor
no poema
Guardo dentro da alma
e aperto os olhos
para que nada de nós
se extravie
Valentina Diadory
11/02/2011
21:25 h
Tu
Tu
Você me chegou
luar
numa noite escura
Sol quente
num dia de inverno
Abraço que abriga
da chuva
...E as palavras
não sossegam mais
Nuas em pêlo
correm a pé
Feito borboletas
voam pelo céu
da minha boca
Na ponta da língua
ardem
Rasgam minha alma
e tingem minhas mãos
com poesia
...Tu és
a cantiga de amor
que meu coração canta
todo dia
Valentina Diadory
09/02/2011
22:15 h
Você me chegou
luar
numa noite escura
Sol quente
num dia de inverno
Abraço que abriga
da chuva
...E as palavras
não sossegam mais
Nuas em pêlo
correm a pé
Feito borboletas
voam pelo céu
da minha boca
Na ponta da língua
ardem
Rasgam minha alma
e tingem minhas mãos
com poesia
...Tu és
a cantiga de amor
que meu coração canta
todo dia
Valentina Diadory
09/02/2011
22:15 h
Beijo
Beijo
Tua boca
serve-se do pólen
Desmancha o fio
do batom
Amarrota a rosa
borra pétalas
Orvalha meus lábios
draga minha saliva
Afunda no rio
Cio
Valentina Diadory
10/02/2011
Tua boca
serve-se do pólen
Desmancha o fio
do batom
Amarrota a rosa
borra pétalas
Orvalha meus lábios
draga minha saliva
Afunda no rio
Cio
Valentina Diadory
10/02/2011
22:30 h
Mouca
Mouca
Amanheci
com as mãos caladas
a boca seca
um nó na garganta
e os lábios insossos
Não ouço o farfalhar
dos passos largos
das palavras
beliscando o meu silêncio
Acordei
sem a poesia do dia
Acordei sem você
Valentina Diadory
26/06/10
6:38 h
Amanheci
com as mãos caladas
a boca seca
um nó na garganta
e os lábios insossos
Não ouço o farfalhar
dos passos largos
das palavras
beliscando o meu silêncio
Acordei
sem a poesia do dia
Acordei sem você
Valentina Diadory
26/06/10
6:38 h
Transbordando
Trans(bordando)
Abro a janela
e ouço o sol
da tarde
se apartar
A chuva miúda
de longe
logo vai chegar
Logo ali
na casa do poeta
o silêncio beberica
no cântaro
cheio de palavras
E o cantar da poesia
trans(borda) versos
na macieza do papel
Valentina Diadory
25/03/10
7:15 h
Abro a janela
e ouço o sol
da tarde
se apartar
A chuva miúda
de longe
logo vai chegar
Logo ali
na casa do poeta
o silêncio beberica
no cântaro
cheio de palavras
E o cantar da poesia
trans(borda) versos
na macieza do papel
Valentina Diadory
25/03/10
7:15 h
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Frágil
Frágil
Por tanto amar
me gastei toda
Bebi tantos goles
de saudade
que desbotei a estação
que me nascia
por dentro
Chorei um oceano
inteiro de poesia
Hoje estou
coração por um fio
Estou frágil
Gasta
Desbotada
Não me acho mais
no cristal do espelho
Valentina Diadory
05/02/10
18:58 h
Por tanto amar
me gastei toda
Bebi tantos goles
de saudade
que desbotei a estação
que me nascia
por dentro
Chorei um oceano
inteiro de poesia
Hoje estou
coração por um fio
Estou frágil
Gasta
Desbotada
Não me acho mais
no cristal do espelho
Valentina Diadory
05/02/10
18:58 h
Sopro
Sopro
Tu me roubas
as tonalidades do tempo
Como o vento norte
sopra palavras no silêncio
e viaja por dentro
dos meus sonhos
Me despe
se espraia no meu corpo
faz-me tua musa
me brota versos
Valentina Diadory
05/02/2011
9:50 h
Tu me roubas
as tonalidades do tempo
Como o vento norte
sopra palavras no silêncio
e viaja por dentro
dos meus sonhos
Me despe
se espraia no meu corpo
faz-me tua musa
me brota versos
Valentina Diadory
05/02/2011
9:50 h
Crepuscular
Crepuscular
...Olhar guarda
numa concha
um punhado
de sobras do dia
Um espirro branco das ondas
Um naco azul do céu
Um raio dourado do sol
A cantoria das gaivotas...
Tudo alinhavado
a um retalho do mar
Valentina Diadory
05/02/2011
17:45 h
...Olhar guarda
numa concha
um punhado
de sobras do dia
Um espirro branco das ondas
Um naco azul do céu
Um raio dourado do sol
A cantoria das gaivotas...
Tudo alinhavado
a um retalho do mar
Valentina Diadory
05/02/2011
17:45 h
Floração
Floração
Fogachos num novelo
enrolado de carícias
Lenha seca
Fagulha acesa
No mosto da boca
a língua em chamas
rompe o dique
das horas a fio
de fome e de sede
Sol embebe
o sal táctil
Sem sono
pulsa
Dedilha o fogo
Em brasa
rasga as fímbrias
geladas da água
Arde
E as mãos
tocam a floração
rasa do corpo
Lá no fundo
um lato céu
Um poema
Um vulcão
Valentina Diadory
03/02/2011
22:30 h
Fogachos num novelo
enrolado de carícias
Lenha seca
Fagulha acesa
No mosto da boca
a língua em chamas
rompe o dique
das horas a fio
de fome e de sede
Sol embebe
o sal táctil
Sem sono
pulsa
Dedilha o fogo
Em brasa
rasga as fímbrias
geladas da água
Arde
E as mãos
tocam a floração
rasa do corpo
Lá no fundo
um lato céu
Um poema
Um vulcão
Valentina Diadory
03/02/2011
22:30 h
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