domingo, 20 de março de 2011

Poesia muda

Poesia muda


Todas as poesias
não ditas a você ontem
antes de ontem
e em outros dias
estão mofando mudas
dentro da minha garganta
Na ponta da língua
um braço do amor deságua
No vão das pedras
emendado às reticências
minha boca sorve
o gosto azul de sangue
suado de tinta fresca
que enverniza as palavras
E a ressaca lambe
os tantos versos escritos
e não bebidos


Valentina Diadory
20/03/2011
11:00 h

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