terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sobras

Sobras


Traz nos olhos
sobras de um vitral
Cacos de sonhos
estilhaços da vida
misturados a um facho
amarelo de sol
Na boca sem fala
a fome e os restos
d’um beijo salgado do mar
Uma lágrima cai
borra a face
varre o silêncio
e se atola no cais
As mãos enrugadas
esfarelam e sacodem
um punhado cheio
de flocos de lembranças
E ninguém lhe diz
para onde esse vento vai


Valentina Diadory
28/03/10
13:30 h

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